Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

06/03/2018

Nova espécie de Tardígrado

Cientistas descobrem um tardígrado ainda mais esquisito do que estamos acostumados

Por Natasha Romanzoti (Hypercience)

Uma nova espécie de tardígrado, também conhecido como urso d’água, foi descoberta no estacionamento de um prédio no Japão.

Nomeado Macrobiotus shonaicus, é a 168ª espécie deste animal já encontrada somente no país asiático.

Os tardígrados são famosos por sua resistência: esses bichinhos minúsculos podem sobreviver em condições radicais, como frio extremo de até menos 200 graus Celsius, calor extremo de mais de 150 graus Celsius e até a radiação implacável e o vácuo do espaço.

Por esse motivo, são excelentes temas de estudos científicos.

A surpresa

A descoberta foi feita pelo pesquisador Kazuharu Arakawa, que estuda a biologia molecular dos tardígrados na Universidade Keio, no Japão.

Ele coletou uma pequena amostra de musgo do estacionamento de seu prédio, na cidade de Tsuruoka.

A maioria das espécies descritas foram descobertas em musgos e líquens, de forma que Arakawa tinha o costume de coletar amostras ao redor de toda a cidade. Foi uma surpresa para ele encontrar algo especial justamente no estacionamento de seu próprio apartamento.

Depois de sequenciar o genoma do animal, o cientista percebeu que ele não correspondia a nenhuma espécie encontrada anteriormente. Arakawa fez uma parceria com o especialista em tardígrados Łukasz Michalczyk, da Universidade Jaguelônica, na Polônia, e juntos os pesquisadores determinaram que tinham de fato uma nova espécie em mãos.

Diferenças

Tardígrados possuem corpos arredondados com oito pernas e bocas circulares. Eles têm menos de um milímetro de comprimento: variam em comprimento de 318 a 743 micrômetros.

A nova espécie pode viver de algas, o que é estranho, uma vez que outras do gênero Macrobiotus são carnívoras e se alimentam de rotíferos.

Talvez o aspecto mais estranho de M. shonaicus, no entanto, sejam seus ovos. Os ovos esféricos são cravejados com minúsculas protuberâncias em forma de cálices, cada uma coberta com um anel de filamentos delicados. Essa característica pode ajudá-los a se fixar às superfícies onde são colocados.

Isso significa que o animal faz parte de um grupo de tardígrados conhecido como grupo hufelandi, que põe ovos com atributos semelhantes.

Evolução

A Macrobiotus hufelandi foi a primeira espécie de tardígrado descoberta no mundo, em 1834, originalmente na Itália e na Alemanha.

Hoje em dia, ela e seus parentes próximos já foram encontrados em todo o mundo. Segundo Arakawa, é interessante estudarmos como os tardígrados se diversificaram e se adaptaram ao longo do tempo.

Um fator empolgante é que a nova espécie, M. shonaicus, prospera bem em condições de laboratório, o que não é muito comum. Logo, é valiosa para a pesquisa.

“É um modelo ideal para estudar a maquinaria de reprodução sexual e os comportamentos dos tardígrados”, afirmou o japonês. [LiveScience]

Esta notícia foi publicada em 05/03/2018 no site hypescience.com. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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