Disciplina - Biologia

Biologia & Ciências

04/04/2011

Ataques com animais peçonhentos dobram em dez anos

Em dez anos, o número de ataques de animais peçonhentos aumentou 112,4% no estado de São Paulo. Em 2010, foram 14,6 mil acidentes contra 6,8 mil registrados no ano 2000. Quase a metade dos casos do ano passado foi causada por escorpiões, 6,7 mil.
O principal motivo do aumento da ocorrência de acidentes é a degradação dos ambientes naturais, o habitat de animais como escorpiões, aranhas e cobras. “Hoje em dia, com o avanço da urbanização, o escorpião está perdendo o ambiente natural dele”, explica João Gustavo Eisenberger, biólogo do Instituto Butantan.
Ele conta que a espécie que tem causado mais problemas é o escorpião-amarelo – Tityus serrulatus. As fêmeas dessa espécie são capazes de se reproduzir sem parceiro, necessitando apenas de um ambiente propício.
Montes de lixo e entulho servem de casa para os escorpiões, além de atraírem baratas, uma das principais presas do bicho. “Se [o animal] tiver alimento e abrigo, você está dando o ambiente perfeito”, explica Eisenberger.
Uma picada do escorpião-amarelo pode até matar no caso de uma vítima frágil, como um idoso ou uma criança. “O adulto vai sentir muita dor, espasmos musculares na região, náusea e febre”, explica o biólogo.
Para prevenir o problema, Eisenberger recomenda que a população evite acumular lixo e entulho. E, em caso de acidente, deve-se procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Para quem viaja a lazer para áreas de mata, os cuidados com animais peçonhentos devem ser redobrados. “Ao caminhar, é importante estar com calçado adequado, como botas, e evitar os períodos de amanhecer e entardecer, quando as cobras procuram alimentos. Normalmente, esses animais procuram lugares secos para se protegerem”, disse Carlos Medeiros, diretor médico do hospital estadual Vital Brazil, ligado ao Instituto Butantan, e que realiza atendimentos exclusivamente para acidentes envolvendo animais peçonhentos.
Diferentemente do que se costuma ouvir, em caso de ferimento, de forma alguma se deve amarrar o local atingido, já que essa ação pode produzir necrose e não evita absorção do veneno.
Em caso de acidentes com cobras, a primeira medida é lavar o local afetado com bastante água e sabão e procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo. As ações que costumam ser mostradas em filmes, como amarrar, cortar ou mesmo chupar a ferida com a intenção de sugar o veneno devem ser evitadas, uma vez que podem piorar a situação da vítima.
Para ferroada de escorpião, a primeira medida a ser adotada é colocar compressas de água morna sobre a ferida para aliviar a dor. Em seguida, recomenda-se procurar a assistência médica mais próxima. Já em caso de picadas de aranhas e queimaduras de taturanas é importante não mexer no ferimento.
A lista de locais para diagnóstico e tratamento pode ser encontrada no site do Centro de Vigilância Epidemiológica  no link “Acidentes por animais peçonhentos”.
Além disso, o Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, disponibiliza para a população um telefone de orientação sobre como proceder em casos de emergência e acidentes com esses animais e indica o local mais próximo para atendimento.
O serviço funciona 24 horas por dia pelo telefone: (11) 3726-7962. Dicas de prevenção também podem ser encontradas no site do Butantan.


Esta notícia foi publicada em 04/04/2011 nos sites ambientebrasil.com.br e agencia.fapesp.br. Todas as informações nela contida são de responsabilidade dos autores.
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